Edge Computing representará o fim da Cloud Computing?

É incrível como a tecnologia da informação se reinventa ao longo dos anos. Nas décadas de 70 e 80 predominava o modelo de computação centralizada, era a era dos Mainframes. Entre as décadas de 80 e 90 predominou a era da computação distribuída, ou seja, o poder computacional passou a estar mais na ponta, nos servidores e dispositivos. E tudo isto devido aos avanços nas tecnologias de armazenamento e processamento de dados, assim como, na redução gradual de seus custos versus suas capacidades. Com o advento da Cloud Computing nós voltamos a era da computação centralizada, onde o maior poder computacional está na nuvem e agora já consideramos, no futuro, voltarmos para a  era computação distribuída e tudo isto impulsionado pelo ecossistema de IoT (Internet das Coisas).

Novamente estamos desafiando a lei de Moore onde cientistas, certos de sua previsão, já afirmavam que a lei de Moore iria continuaria sendo válida até 2019. Parece que eles estavam certos.

A medida que mais capacidade de computação se move para os chamados dispositivos de “borda”, incluindo aí qualquer coisa conectada à nuvem, desde carros autônomos e drones até os dispositivos de IoT como sensores, a nuvem começará a evaporar-se lentamente, em um fenômeno que os especialistas batizaram de Edge Computing e que a Cisco tem chamado de Fog Computing.

Problemas relacionados a qualidade de transmissão de dados fazem com que os dispositivos da internet das coisas passem a contar com GPUs ou CPUs de alto desempenho, agindo assim como pequenos datacenters capazes de processar informações vindas da nuvem.

Imagine um carro autônomo aguardando por conexão de rede com a nuvem para tomar uma decisão se avança ou não o semáforo? Por este e outros motivos, os dispositivos de borda deverão ser capazes de tomar decisões sem depender de uma conexão de rede ou ainda de um processamento na nuvem.

Outra análise que podemos fazer diz respeito a capacidade e ao volume de dados que um dispositivo de IoT é capaz de gerar. Aguardar o envio desses dados para serem processados na nuvem e retornarem para o dispositivo certamente irá limitar muitas possibilidades relacionadas ao uso drones, robôs e carros autônomos por exemplo.

Recentemente li um artigo da Cisco no qual estima que até 2020 o volume de dados na nuvem deverá quadruplicar, serão cerca de 507,5 zettabytes (1 zettabyte = 1 trilhão de gigabytes) de dados até 2019. Ainda segundo este artigo, enviar tudo isso para a nuvem, para um processamento centralizado, faria com que as empresas aumentassem demais os custos com infraestrutura de comunicação para transmissão de dados. A saída é fazer uma pré-análise dos dados localmente e somente transferir para a nuvem aquilo que interessa.

Um exemplo disto seria uma câmera de vigilância que somente enviaria dados para a nuvem a partir da ocorrência de um evento, como a identificação de uma invasão por exemplo.

A Edge Computing não representará o fim da Cloud Computing, porém ela adiciona uma camada de poder de computação entre o dispositivo e a nuvem, transferindo assim uma análise crítica e um tratamento dos dados mais próximo dos dispositivo ou end-points.

Certos estavam os cientistas quando que previram que a lei de Moore acabaria um dia, porém acredito que eles erraram em 2 anos nesta estimativa.

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