Nenhum software gera valor sem antes entrar em produção. Esta simples afirmação remete a uma reflexão sobre o valor e a importância da TI para as organizações. Foi-se o tempo em que o processo de desenvolvimento de um novo software poderia durar seis, oito ou doze meses até entrar em produção. As empresas perceberam que a tecnologia é fundamental para sua sobrevivência e que o atraso no deploy de um software em produção significa atrasar a sua capacidade de competir e adaptar-se as mudanças de mercado.
Existem diversas definições na internet sobre o que seria o DevOps, o que de certa forma, cria uma certa confusão sobre sua definição e o seu objetivo principal. Diferentemente de outros frameworks de operação de serviços de TI, como o ITIL, por exemplo, não existe para o DevOps um órgão ou entidade na qual define uma taxonomia ou reúnem em um guia as suas melhores práticas para adoção e gerenciamento. Por tanto, a discussão sobre o que seria, de fato, o DevOps torna-se ainda um tanto quanto complexa de ser dada.
De maneira ampla, o Guia Jornada para Nuvem define DevOps da seguinte maneira:
DevOps é um método de trabalho inspirado nos modelos ágeis de gerenciamento de projetos no qual que remete a uma mudança cultural devido a necessidade de criação de uma prática colaborativa entre as equipes de desenvolvimento e operação a fim de entregar rapidamente serviços de TI. DevOps utiliza um conjunto de tecnologias que viabilizam a integração e o desenvolvimento contínuo de softwares, proporcionando que estes sejam testados e implementados de maneira automatizada.
O ecossistema atual de ferramentas que capacitam a integração e o desenvolvimento continuo de software é extremamente amplo, por este motivo, muitas equipes de TI acabam perdendo o foco sobre a verdadeira essência e propósito do DevOps, diante desta situação, a TI tende a concentrar seus esforços e dar uma maior importância na busca por métodos e ferramentas ao invés de concentrar seus esforços nas necessidades do negócio e principalmente na entrega do software em produção.
Atualmente DevOps não é um problema de ferramentas, mas sim de encontrar maneiras de quebrar as barreiras técnicas e culturais que dividem desenvolvedores e operadores através de uma prática colaborativa e de comunicação eficiente entre estas equipes. Da mesma maneira que suas práticas remetem a necessidade mudanças nos métodos de gerenciamento de projetos e na governança e gerenciamento dos serviços da TI.
A metodologia ágil de gerenciamento de projetos endereça as questões relacionadas ao desenvolvimento rápido de softwares, porém, não endereça as questões relacionadas ao deploy rápido do software em produção, no qual muitas vezes demandam ações como a integração contínua de equipes, os testes manuais ou automatizados e a automatização do processo de deploy e monitoramento entre as equipes de desenvolvimento e operação após o software entrar em produção. Neste ponto é que entram as práticas e propostas do DevOps. Pense no DevOps como uma engrenagem que estava faltando entre a gestão ágil de projeto e a capacidade da TI em realizar de maneira rápida e segura o desenvolvimento e deploy do software em produção e, principalmente na capacidade de viabilizar tecnologias capazes de realizar o desenvolvimento contínuo e incremental do software, identificando defeitos mais rapidamente, eliminando excesso de tempo no ciclo de desenvolvimento, possibilitando o feedback contínuo e eliminando os tempos de parada para deploy nos ambientes produtivos.
É importante ressaltar também que a implementação das práticas do DevOps não são uma exclusividade apenas no ecosistema da Cloud Computing, embora, o ecossistema de serviços e ferramentas da Cloud Computing facilitam a sua implementação e são potencializadas pelas suas caracteristicas como a elasticidade, agilidade e flexibilidade para o deploy de serviços e soluções completas de TI, algo que, muitas vezes é difícil de ser implantado em um datacenter local de maneira