BYOD e Shadow IT, o primeiro certamente pegou muitas áreas da TI de surpresa, quando menos se esperava uma avalanche de dispositivos particulares estavam se conectando aos ambientes de TI e consumindo seus serviços. Ok, BYOD não é mais um problema, foi só uma marola. Porém, o Shadow IT é uma catástrofe para a TI de qualquer organização. As áreas de negócios começaram a implementar sistemas e soluções por conta própria, justamente por entenderem que a TI não tem a agilidade e flexibilidade necessária para atender as suas demandas. Qual o resultado disto? Serviços duplicados, perda de recursos financeiros, risco de segurança e etc.
É preciso escolher entre assegurar a eficiência operacional ou ser ágil e flexível. Uma possível resposta pode ser a busca por uma TI com duas funções distintas, porém totalmente dependentes entre si, uma TI Bimodal.
O conceito de TI Bimodal consiste em gerenciar as áreas de tecnologia da informação de dois modos distintos. Sendo o primeiro no modo tradicional (Modo 01), onde o foco principal se concentra na eficiência operacional e no trabalho continuo para a redução de problemas, o outro modo (Modo 02) tem um foco de gestão voltada para o flexível e o experimental, considerando entregas mais rápidas em ciclos adaptativos.
Esta forma de abordagem tem como objetivo suprir a necessidade das organizações no que diz respeito a inovação e a busca por diferenciais competitivos, onde nestes casos a TI pode efetivamente ser um diferencial competitivo e, por outro lado, ajuda a TI a evitar o constante problema do Shadow IT.
Mudar o mindset de uma equipe de TI nem sempre é uma tarefa fácil e rápida, muitas vezes as áreas de TI estão fundamentadas por processos maduros e que até então garantem a eficiência operacional necessária, porém, pensar em modelos ágeis e flexíveis certamente remeterá a conflitos com modelo atual de gestão da TI. Não somente o mindset da TI deverá ser mudado, para que um modelo de TI Bimodal possa ser implementado com sucesso a própria organização deverá confiar e enxergar valor neste novo modelo de trabalho. A TI Bimodal é uma quebra de paradigma e um divisor entre o que a TI oferece versus o que o negócio precisa ou deseja, é um processo de transformação.
Em um processo de transformação a confiança se torna um fator decisivo, considerando-se esta afirmação, é fundamental que a TI inicie este processo com projetos pequenos e com menor impacto para o negócio, mas é fundamental que a TI mostre os benefícios para o negócio de forma gradual.
Uma vez que se obtenha o sucesso na implementação desses projetos, a TI deverá mostrar o valor do uso dos métodos rápidos e ágeis, obviamente que isto não é uma tarefa simples, frente as incertezas as próprias áreas da TI tenderão a se apegar nos processos e nos modelos de governança atual, o experimental gera desconforto.
É fundamental que o negócio seja parte deste processo de transformação, e seu envolvimento deve ir além dos papeis, cargos ou funções, porém é necessário que a TI mude a forma de lidar com o negócio, é importante que a TI tenha um approach mais colaborativo desenvolvendo soluções e criando mudanças rápidas, alguns tipos de projetos que podem ajudar são aqueles relacionados a Redes Sociais ou Mobilidade, que de certa forma proporcionam mais facilidades de demonstração de ganho em relação a transformação e ajudam na rápida percepção dos benefícios para o negócio, elevando assim o nível de confiança da organização na TI.
E a eficiência operacional (Modo 01)?
Este é outro ponto importante e que deve ser considerado, a operacionalização deste serviço, ou seja, de nada adiantará ser rápido e flexível se você não pensar num modelo de transferência do serviço para a sua operação. É fundamental pensar neste processo pois a sustentação do serviço será fundamental neste processo de transformação e certamente poderá afetar positivamente ou negativamente na percepção dos benefícios desta nova TI.
Um processo de transformação pressupõe desconforto, leva tempo e necessita de perseverança. A hora da transformação é agora, caso contrário a TI será engolida pelo negócio.
Autor: Daniel Rosa
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